A primeira ação intitulada âNumape nas escolasâ foi realizada no Centro da Juventude, em Jacarezinho, no dia 5. Os jovens participaram de uma dinĂąmica que mostrou como Ă© a violĂȘncia domĂ©stica na vida real, utilizando vĂdeos de relatos das mulheres que jĂĄ sofreram esta violĂȘncia, alĂ©m de outra produção audiovisual que mostrava o desespero em se fazer a denĂșncia.
âEssa proposta foi feita com o intuito de enfatizar a importĂąncia da denĂșncia e principalmente da conscientização para que as mulheres possam se proteger e para que os homens nĂŁo pratiquem essa violĂȘncia contras mulheres futuramenteâ, conta a advogada do NĂșcleo, Layana Laiter. No dia 12, tambĂ©m no Centro da Juventude, foi desenvolvida uma aula criativa com os jovens, na qual foi trabalhada uma dinĂąmica sobre o preconceito no dia a dia, de forma real. Este ato teve retorno crĂtico e construtivo com o intuito de mostrar as formas para acabar com o preconceito.
No dia 6 de novembro, o NĂșcleo promoveu uma ação para incentivar a independĂȘncia financeira das mulheres vĂtimas de violĂȘncia assistidas pelo projeto. O Numape realizou uma oficina de preparo de bolos de pote no salĂŁo paroquial da Catedral de Jacarezinho, ministrada voluntariamente por Jurandir Ferreira de Paiva JĂșnior, servidor da biblioteca do Centro de CiĂȘncias Sociais Aplicadas (CCSA) da UENP, que jĂĄ trabalhou como confeiteiro.
No dia 19 de novembro, as advogadas Isabele Duarte e Layana Laiter visitaram o ColĂ©gio Estadual Vera CecĂlia Lamin, onde trataram sobre sobre gĂȘnero e feminismo pela Ăłtica do filme Mulan: o esteriĂłtipo da âprincesaâ. Houve contação de histĂłrias para crianças do 5Âș ano do Ensino Fundamental a fim de abordar estas questĂ”es principalmente em relação ao esteriĂłtipo da beleza e dos padrĂ”es estabelecidos socialmente para o gĂȘnero feminino.
âĂ interessante observar que, embora o filme Mulan, da Disney, tenha sido lançado em 1988, ele continua atual e mostra uma realidade dos dias atuais. A luta de Mulan Ă© para proteger o pai que estava impossibilitado de ir Ă guerra, no entanto, isso fez com que ela fosse a mulher que enfrentou o conservadorismo de uma dinastia e mais do que isso, passou por um processo de autoconhecimento para compreender porque nĂŁo se enquadrava nos padrĂ”es femininos estabelecidosâ, afirma a adovgada Isabele Duarte.
JĂĄ no dia 20 de novembro, o Numape levou atĂ© o colĂ©gio Rui Barbosa a palestra âFeminismo negro e o nĂł de Saffioti: a histĂłria de Angela Davis e necessidade da interseccionalidadeâ, alĂ©m da peça âMulher livre, batom vermelhoâ, apresentada pelo grupo Teatro do Quatiatro, de QuatiguĂĄ. O evento foi realizado em homenagem ao dia da ConsciĂȘncia Negra, que marca oficialmente o inĂcio dos 16 dias de ativismo pelo fim da violĂȘncia contra a mulher.
âĂ essencial abordar o Feminismo Negro e o NUMAPE jĂĄ realizou outros eventos com este intuito. Em virtude de ser realmente indissociĂĄvel devido ao nĂł de Saffioti, que diz existe um nĂł entre gĂȘnero, raça e sexo, sendo indissociĂĄvel um do outro, Ă© visĂvel por meio de estatĂsticas que a realidade da mulher negra Ă© diferenciada no que concerne Ă violĂȘncia domĂ©stica e familiar contra a mulherâ, comenta a estagiĂĄria Hikari Suguimoto.
A campanha tambĂ©m chegou ao evento Balaio Cultural, promovido pelo Campus Jacarezinho do Instituto Federal do ParanĂĄ (IFPR), com a ação âO patriarcado refletido nas mĂșsicas e violĂȘncia contra a mulher: Frida jĂĄ se foi mas pediu pra representarâ, abordando a existĂȘncia do Patriarcado e demonstrando atravĂ©s de mĂșsicas a temĂĄtica da violĂȘncia domĂ©stica e familiar contra a mulher.
âĂ primordial realizar oficinas para atingir esta faixa etĂĄria de jovens para conscientização, prevenção e atĂ© mesmo identificação de casos precoces, caso existam. AlĂ©m de ser fundamental para refletir sobre a mĂșsica, que tem muito poder na sociedade em que estamos inseridosâ, argumenta a estagiĂĄria VitĂłria Sumaya.
Com altos Ăndices de feminicĂdio a nĂvel regional, a cidade de QuatiguĂĄ tambĂ©m recebeu uma ação da campanha pelos â16 dias de ativismoâ no dia 21 de novembro. As integrantes do NUMAPE apresentaram palestra para proporcionar Ă comunidade o aprendizado sobre a Lei Maria da Penha (Lei nÂș 11.340/2006), que cria mecanismos para coibir a violĂȘncia domĂ©stica e familiar contra a mulher. Tratou tambĂ©m sobre a cultura machista que vivenciada nos dias atuais.
No dia 26 de novembro, o Numape voltou ao Centro da Juventude de Jacarezinho para desenvolver uma dinĂąmica, a fim de conscientizar sobre o que Ă© violĂȘncia domĂ©stica e familiar contra a mulher, mas principalmente para que buscassem formas de enfrentar e coibir esta realidade. âO resultado da dinĂąmica aplicada nas escolas foi enriquecedor. Foi possĂvel ver formas de enfrentar e coibir a violĂȘncia pelos olhos destes jovens, que compreendem que Ă© necessĂĄrio o respeito, a conversa e que a mulher se valorize, em primeiro lugar. Dessa forma, propagaram que a violĂȘncia contra a mulher nĂŁo deve ser toleradaâ, acrescenta a psicĂłloga Fernanda Cristina.
As integrantes do Numape visitaram o ColĂ©gio Elo para tratar do tema âO relacionamento abusivo frente a desigualdade de gĂȘnero: a atuação do NUMAPE/UENP em Jacarezinhoâ, durante o Evento CafĂ© ConsciĂȘncia, realizado pela instituição de ensino. Na ocasiĂŁo, as profissionais do NĂșcleo trataram da desigualdade de gĂȘnero e a violĂȘncia simbĂłlica contra a mulher, alĂ©m da naturalização da violĂȘncia contra a mulher. Foi realizada a exposição dos aspectos jurĂdicos da Lei 11.340/2006 e a histĂłria de Maria da Penha Maia Fernandes, que deu nome Ă lei.
Por fim, o Numape realizou a âSemana da Paz em Casaâ, em conjunto aos 16 Dias de Ativismo. O Programa Justiça pela Paz em Casa Ă© promovido pelo CNJ em parceria com os Tribunais de Justiça estaduais e tem como objetivo ampliar a efetividade da Lei Maria da Penha, concentrando esforços para agilizar o andamento dos processos relacionados Ă violĂȘncia de gĂȘnero. âA Semana da Paz em Casa Ă© muito importante, pois que atende Ă s expectativas das mulheres em situação de violĂȘncia domĂ©stica para julgar os autos, de maneira mais rĂĄpida e ĂĄgil e de concentrar esforços para sensibilizar a sociedade para a realidade estarrecedora que as mulheres vivenciamâ, conclui a advogada Layana Laiter.